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05 julho 2007

Biocombustível não ameaça produção de alimento, diz Lula

Protecionismo

Lula vinculou a carência de alimentos no mundo ao protecionismo comercial nos países ricos. "Todos sabemos que não há escassez de alimentos no mundo, mas escassez de renda", disse. "A falta de renda está vinculada aos vultosos subsídios agrícolas dos países ricos e são essas e outras coisas que queremos eliminar na rodada de Doha."

Segundo o presidente, o aumento da produção de biocombustíveis ajudará também a aliviar outro desequilíbrio. "Vinte países produzem energia para cerca de 200 países, mas, com os biocombustíveis, mais de cem países poderão produzir energia", disse.

"Estaremos reduzindo desigualdades entre os países produtores e consumidores de energia e os conflitos derivados pela competição por recursos energéticos", completou.

Lula ressaltou que os governos não podem dar sinais "contraditórios", numa mensagem endereçada aos países ricos. "Os mesmos governos que defendem publicamente seus compromissos com desenvolvimento sustentável e com a redução do efeito estufa não podem criar empecilhos para que os combustíveis se transformem em commodities internacionais", disse.

"Eles não podem gravar suas importações com pesadas alíquotas, que não aplicam ao petróleo. A criação de um mercado para os biocombustíveis deve ser feita de modo responsável e sustentado", afirmou.

Lula disse que o governo está desenvolvendo um "programa brasileiro de certificação técnica e ambiental, e social para os biocombustíveis, que permitirá mostrar que toda a cadeia de produção do País respeita critérios ambientais, sociais e trabalhistas consagrados nas normas internacionais e na legislação brasileira e também exigidos pela sociedade".
fonte estadão