Governo pode retomar usina Angra 3, diz ministro
O governo federal pode optar pela retomada das obras da usina nuclear de Angra 3 caso não consiga o licenciamento prévio da usina hidrelétrica de Belo Monte ou do complexo do Rio Madeira, onde há projeto para construção de duas usinas de geração hidráulica (Jirau e Santo Antônio). "Nossa prioridade é conseguir o licenciamento e licitar as usinas do Complexo do Madeira", disse o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau.
Mas, se não for possível licitar pelo menos um dos projetos até o final do primeiro trimestre de 2007, Angra 3 passa a se tornar uma realidade dentro do governo. Essa foi uma das definições da reunião que durou mais de cinco horas para tratar dos projetos de infra-estrutura do governo. O encontro foi coordenado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o ministro, o presidente determinou a criação de um grupo de trabalho ministerial para discutir a viabilidade técnica e econômica da retomada das obras de Angra 3. O assunto também será debatido na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão que aconselha o presidente sobre os projetos de energia no País.
A pressa do governo se explica. As obras de uma usina hidrelétrica do porte de Belo Monte, por exemplo, demora cerca de cinco anos para ser concluída. Se não conseguir licitar os projetos no início de 2007, haverá, em 2012, uma oferta de energia aquém do necessário para atender a demanda nacional.
No caso de Angra 3, a construção é um pouco mais rápida, mas a energia nuclear causa outro tipo de debate no governo e envolve inclusive questões de soberania.
A reunião comandada por Lula tratou de aproximadamente 120 projetos de infra-estrutura, 100 deles na área de geração e transmissão de energia. O presidente quer que todos os obstáculos a esses projetos sejam eliminados o mais rápido possível.
Estiveram presentes à reunião a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, o ministro interino do Meio Ambiente, Cláudio Langoni, e os presidente do Ibama, Marcus Barros, e da Funai, Mércio Pereira Gomes.